As vezes as coisas não parecem tão claras na vida, na minha está assim. O desespero não pode ser mais forte que a vontade, a fé, o amor. Fixar quem somos, pra fortalecer a estrutura, aumenta a força.
Bom é isso. Uma certa confusão faz bem a todos nós. Desatar nós, atar-nos.
A base sempre deve permanecer estável.
Um bambu tem o caule e as folhas que podem pender e curvar-se, até mesmo completamente, mas suas raízes estarão dando suporte para que ele não se desprenda do solo.
Na vida, nos negócios, nos relacionamentos, na família , podemos, e mesmo devemos, ser flexíveis, mas a base tem que permanecer estável.
A diferença é que na vida a base tem que ter estabilidade dinâmica, não estática, longe do sentido de ser fixa ou rígida.
Como uma bailarina em seus saltos, giros e movimentos, a alma deve dançar o jogo da vida, experimentando os movimentos mais variados e inesperados possíveis com harmonia, mas, sempre, mantendo o foco.
Com a base estável, mesmo experimentando a dinâmica das mudanças e variações nas nossas vidas, o ponto de referência será o nosso foco.
As experiências podem variar. Podemos pender, avançar, retroceder, subir, descer, cair e levantar, seguir reto ou girar, não importa: o aspecto relevante a considerar será sempre retomar o foco.
O viver com foco induz à harmonia, que naturalmente se traduz em disciplina.
Disciplina não significa rigidez ou falta de flexibilidade, mas a habilidade em manter o foco visível, independente dos fatores externos ou internos que podem estar próximos ou distantes de nós.
Quando mantidos o foco podemos aparentar para quem vê de fora, que esteja havendo dispersão, mas a nossa referência estará presente.
Uma criança brincando está muito mais concentrada do que pode aparentar. Mesmo que muita coisa esteja acontecendo a seu redor, ela permanece em seu mundo, mais “concentrada” que muitos adultos treinados na arte da concentração.
Manter o foco não significa ter os olhos, movimentos e ações rígidos e fixos numa determinada direção. Significa manter a referência e sempre voltar a ela.
Numa vida consciente saberemos como e quando agir, através do leme da intuição e da sua harmonia com a razão, que resulta em equilíbrio mental e emocional. Saberemos, também, para onde dirigir nossa visão, sempre intuindo como e quando identificar um foco.
Então, haverá uma grande disciplina aliada à harmonia, naturalidade e grandiosidade.
Ter o foco presente significa ter a visão ampla, como um pássaro que, por mais alto ou mais distante que vá, sabe que tem um ninho onde repousar. Significa estar em plena liberdade, sabendo tornar sua referência aconchegante e confortável, nunca uma gaiola que aprisiona.
Manter o foco no coração é uma escolha sábia.
A disciplina quanto mais natural se torna, mais se aproxima da harmonia.
A disciplina deve ser encarada como um instrumento do amor e nunca como uma arma do temor. Os focos da vida de cada um são distintos, e só podem ser mantidos com disciplina.
No momento atual, a mudança de foco deve estar relacionada à renovação dos conceitos fundamentais no viver e não na sua simples reorganização. Deve estar orientada na descoberta do novo e não na “camuflagem” do antigo.
Caso contrário, muito possivelmente, o foco mais elevado não se manifestará e a energia será dirigida a direções habituais, o que induzirá a focos limitados e limitantes, que é o que tem ocorrido no decorrer dos tempos. Esse é o processo a ser superado com o estabelecimento de focos com alto padrão, tanto no nível espiritual quanto no emocional e no mental.
Isso implica em acessar qualidades e potenciais que temos mas que, no momento, nem mesmo podem ser imaginados. Portanto, não se deve pensar onde chegar, mas deve-se simplesmente se sentir pronto a partir de um ponto, sem impor limites a uma caminhada que não saberemos como será e a que ou a quem nos apresentará.
A necessidade vital do momento está em saber como selecionar referências novas, de fato e, a partir daí, manter um foco. Nesta caminhada muitos focos intuitivos se apresentarão e servirão como guias a nos conduzir por caminhos que não conhecemos. Esses focos darão luz e sinalizarão por onde seguir ou alertarão em caso de caminhos que devem ser evitados.
A novidade reside não na forma, mas na essência, do que realmente valorizamos e do que desejamos. Então, o canal da razão não poderá bloquear o acesso à renovação, pois ela nasce da descoberta de novas maneiras de “enxergar” e “entender”, inclusive, as velhas idéias.
O canal para dar vida a novas linguagens, que possibilitem uma renovação real que faça desabrochar valores e potenciais que possuímos é a intuição.
A intuição é quem poderá dar acesso a conceitos mais abrangentes de valores que a humanidade hoje experimenta em nível limitado e transitório e, também, ser a chave a abrir nosso tesouro interior de qualidades e capacidades que , se usados hoje em proporção mínima, são conhecidos como “milagres”.
Quanto mais conectado à sua intuição, o ser experimentará mais momentos de lucidez ou “insights”.
O coração não tem dúvidas e ele usa a intuição como linguagem As dúvidas ganham vida, quando usamos a razão.
A essência do método de renovação no viver implica em deixar o coração expressar-se e permitir-se escutá-lo, mais e mais, até atingir novos níveis de referência.
Usar a razão para tentar entender o coração é querer que uma pessoa aprenda a nadar, por mais teoria que tenha, sem nunca entrar na água.
Acessar as raízes do amor incondicional genuíno, da paz interior, do desapego preenchido de amor, da felicidade ilimitada e deixar que essas e outras raízes preenchidas de essência dêem suporte à nossa estabilidade e alimentem a transparência no enxergar e manter focos elevados é possível com a manifestação prática da intuição.
O momento é de manter o foco no sublime, no que há de mais genuíno dentro de si. Esta é a tarefa para cada um de nós neste momento da história: confiar num novo mundo, num novo ser, no “ melhor eu” que sabemos que habita cada um de nós.
Isso requer atitudes que possibilitem ao ser experimentar linguagens novas, através do uso da intuição, e que o levem a acessar e vivenciar com o coração áreas que a razão não acessa.
Essa aprendizagem se dá com a prática, como nos saltos da bailarina, com a aprendizagem de como manter o equilíbrio, experimentando harmonia e leveza e completo equilíbrio, mesmo sem ter a segurança de estar no chão.
A prática de intuir sempre poderá ser fortalecida com a reserva de um tempo diário ao silêncio, à meditação ou práticas pessoais que deixem a pessoa em harmonia consigo mesmo.
O fluxo dos eventos que a vida apresenta não deve ser o que dá segurança e harmonia. Independente deles, focado no coração, deve-se alimentar o gosto pela harmonia e leveza na vida, mesmo sem ter o conhecimento do que virá e mesmo que, aparentemente, não sinta ter o “controle” nas suas mãos.
A mudança se dá no modo de aprender, com a intuição como parceira e parte do time de que temos à nossa disposição.
Isso conduzirá o ser a um salto que resultará em transformação pessoal e do mundo em geral numa velocidade além da imaginada.
Autor: Herbert Santos
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Foco - o leme da intuição
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"A essência do método de renovação no viver implica em deixar o coração expressar-se e permitir-se escutá-lo, mais e mais, até atingir novos níveis de referência."
ResponderExcluirO duro é..quando ouvir o coração ou a razão...
meu bem...