quarta-feira, 13 de outubro de 2010

QUERER

Querer tanto a ponto de.....


“Como alguém se torna uma borboleta?”, ela perguntou. “Você deve querer voar tanto a ponto de querer deixar de ser uma lagarta.”
Autor desconhecido


segunda-feira, 26 de julho de 2010

A espreita

"Os feiticeiros espreitam a si mesmos constantemente - comentou com uma voz reconfortadora, como se tentando acalmar-me com o tom de sua voz.

Desejei dizer que meu nevorsismo tinha passado e que provavelmente havia sido causado pela falta de sono, mas ele não me permitiu dizer coisa alguma.

Assegurou-me de que já havia me ensinado tudo o que tinha para saber sobre espreitar, mas eu ainda não recuperara meu reconhecimento da profundeza da consciência intensificada, onde o tinha armazenado. Disse-lhe que seria a desagradável sensação de estar arrolhado. Parecia haver algo trancado em mim, algo que me fazia bater portas e chutar mesas, algo que me frustrava e me tornava irascível .

- Essa sensação de estar arrolhado é experimentada por todo o ser humano. É um lembrete da existência de nossa conexão com o intento. Para os feiticeiros essa sensação é ainda mais aguda, precisamente porque seu objetivo é sensibilizar seu elo de conexão até que possam fazê-lo funcionar à vontade.

Quando a pressão do seu elo de conexão é grande demais, os feiticeiros aliviam-na espreitando a si mesmos.

- Ainda acho que não compreendo o que quer dizer por espreitar - falei. - Mas em certo nível penso que sei exatamente o que quer dizer.

- Tentarei ajudar você a esclarecer o que sabe, então. Espreitar é um procedimento, um procedimento muito simples. Espreita é um comportamento especial que segue certos princípios. É um comportamento secreto, furtivo, enganoso, designado a provocar um choque. E quando você espreita a si mesmo, você choca a si mesmo, usando seu próprio comportamento de um modo implacável, astucioso.

Explicou que quando a consciência de um feiticeiro ficava enredada pelo peso de suas aquisições perceptivas, o que estava acontecendo comigo, o melhor, ou talvez nosso único remédio, era usar a idéia da morte para proporcionar esse choque de espreita.

- A idéia da morte é de importância fundamental na vida de um feiticeiro - continuou D. Juan. - Mostrei-lhe coisas inumeráveis a respeito da morte para convencê-lo de que o conhecimento de nosso fim pendente e inevitável é o que nos dá sobriedade. Nosso engano mais caro como homens comuns é não se importar com o senso de imortalidade. É como se acreditássemos que , se não pensássemos a respeito da morte, nos pudéssemos proteger dela.

- Precisa concordar D. Juan que não pensar sobre a morte protege-nos de nos preocuparmos a respeito.

- Sim, isto serve a tal propósito, mas tal propósito não tem valor para homens comuns e representa uma caricatura para os feiticeiros. Sem uma visão clara da morte, não há ordem, nem sobriedade, nem beleza. Os feiticeiros lutam para ganhar essa percepção crucial de modo a ajudá-los a perceber no nível mais profundo possível que não tem segurança sequer de que suas vidas continuarão além do momento. Essa percepção dá aos feiticeiros a coragem de serem pacientes e no entanto entrarem em ação, coragem de aquiescer sem serem estúpidos. Don Juan fixou seu olhar em mim, sorriu e balançou a cabeça.

- Sim - continuou -, a idéia da morte é a única coisa que pode dar coragem aos feiticeiros. Estranho, não é ? Dá aos feiticeiros coragem de serem atenciosos sem serem vaidosos, e acima de tudo dá-lhes coragem de serem implacáveis sem serem convencidos.

Sorriu outra vez e cutucou-me. Disse-lhe que estava absolutamente aterrorizado pela idéia de minha morte, que pensava a respeito com freqüência, mas que certamente isso não me dava a coragem ou me incentivava a entrar em ação. Apenas me tornava cínico ou fazia com que eu caísse em estado de profunda melancolia.

- Seu problema é muito simples - disse ele. - Você fica facilmente obcecado.

Estive lhe dizendo que os feiticeiros espreitam a si mesmos para quebrar o poder de suas objeções. Há muitas maneiras de espreitar a si mesmo. Se não deseja usar a idéia de sua morte, use os poemas que lê para mim para espreitar a si mesmo.

- Como disse ?

- Disse-lhe que há muitas razões pelas quais gosto de poema - retrucou ele. - O que eu faço é espreitar a mim mesmo com ele. Provoco um choque em mim mesmo com eles.

Escuto, e enquanto você lê, calo meu diálogo interno e deixo meu silêncio interior ganhar impulso. Então a combinação do poema e do silêncio desfecha o choque.

Explicou que os poetas anseiam inconscientemente pelo mundo dos feiticeiros. Por não serem feiticeiros no caminho do conhecimento, os anseios são tudo o que tem.

(...)

...este incessante morrer obstinado,

esta morte vivente,

que te retalha, oh Deus,

em tua rigorosa obra

nas rosas, nas pedras,

nos astros indomáveis e na carne que se queima,

como uma fogueira acesa por uma música,

um sonho,

um matiz que atinge o olho.

...e tu, tu próprio, talvez tenha morrido eternidades de eras aí fora,

sem que saibamos a respeito, nos refúgios , migalhas , cinzas de ti;

tu que ainda estás presente,

como um astro imitado por sua própria luz,

uma luz vazia sem astros

que nos alcança,

escondendo sua infinita catástrofe.

" Quando ouço as palavras - manifestou-se D. Juan quando terminei de ler -, sinto que aquele homem está vendo a essência das coisas e posso ver com ele. Não me importo sobre o que seja o poema. Importo-me apenas sobre o sentimento que os anseios do poeta (filósofo) trazem até mim. Empresto seus anseios, e com eles empresto a beleza. E me maravilho diante do fato de que ele, como um verdadeiro guerreiro, derrame-o sobre os receptores, os espectadores, retendo para si mesmo apenas sua ansiedade. Esse impuxo, esse choque de beleza, é espreitar."


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A arte de espreitar é aprender todas as peculiaridades de teu disfarce, e aprende-las tão bem que ninguém saiba que estás disfarçado. Para consegui-lo, necessitas ser desapiedado, astuto, paciente e gentil . Ser implacável não significa aspereza, a astúcia não significa crueldade, ser paciente não significa negligência e ser gentil não significa ser estúpido. Os guerreiros atuam com um propósito ulterior, que não tem nada a ver com o interesse pessoal. O homem comum atua apenas se há possibilida de de ganância. Os guerreiros não atuam por ganância e sim pelo espírito.


Citações extraídas do livro O Poder do Silêncio, de Carlos Castaneda

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Enfrentar Medos

Estou numa fase da minha vida que estou enfrentando meus medos. Então lá vai um texto, hehehe

Uma boa semana a todos, logo mais textos sobre terapias e curas. Obrigado.


Lama Gangchen explica, em seu livro Autocura Tântrica III (Ed. Gaia): O resultado da causa e condição do surgimento interdependente negativo do fator mental chamado contato, que subjetivamente entende os objetos do mundo externo como desejáveis, neutros ou repulsivos, é o nosso sentimento samsárico poluído surgido interdependentemente, que vivencia subjetivamente os objetos impuros do mundo externo como desejáveis, neutros ou repulsivos. Nossos sentimentos esfaqueiam e perfuram nossos sentidos e nossa mente momento após momento do dia e da noite, como flechas furando nossos olhos. Nosso sentimento surgido interdependentemente faz com que as sombras de nosso apego e a raiva egoístas se desenvolvam e cresçam: a autodestruição - o oposto da autocura.
Esta vivência subjetiva é o resultado de tudo que já assimilamos anteriormente. Isto é, vivenciamos o momento presente de acordo com as experiências que acumulamos no passado e os receios que temos com relação ao futuro. Portanto, a maioria de nossos problemas advém da interpretação que fazemos deles.
Segundo os mestres budistas, a maior parte de nossos problemas são intelectuais, pois racionalizamos erroneamente os fatos de nossa vida. Vivenciar algo como agradável, desagradável ou neutro depende totalmente de nossa interpretação. Isto não quer dizer que bastaria colocarmos óculos de lentes cor-de-rosa para ver sempre tudo positivamente, pois continuaríamos a interpretar a realidade igualmente de modo exagerado e fantasioso.
Lama Yeshe escreve, em seu livro Il potere della saggezza (O poder da sabedoria - Ed.Chiara Luce, Itália): A maioria dos problemas da humanidade são intelectuais, já que as relações sociais são excessivamente condicionadas pelo intelecto e pela racionalização. É claro que existem problemas oriundos da intuição, mas a causa principal dos problemas de nossa vida, como os desequilíbrios emocionais e a ansiedade, vem do intelecto, do nosso modo errado de pensar. Estamos sempre intelectualizando e esse é o nosso maior problema. [ ...] Podemos observar que em nosso mundo moderno, a maior parte dos problemas humanos se origina dos relacionamentos conflituosos entre as pessoas. O problema é que usamos o intelecto de maneira antinatural; somos tão pouco realistas que estamos constantemente perdendo contato com a realidade. Por exemplo, quando descrevemos uma maçã dizemos: Ela é assim e assado, é fantástica, tem uma cor maravilhosa, e por isso eu gosto dela. Descrevemos as coisas de uma maneira tão exagerada que acabamos com uma mente conturbada; pois tudo é resultado de nossas fantasias enganosas.
Lama Yeshe está nos alertando que nossos problemas existem porque atribuímos qualidades exageradas à realidade externa. Exageramos tanto em nossas interpretações, que chegamos a esquecer que somos nós mesmos quem está atribuindo as qualidades aos objetos! Só podemos achar alguém belo ou feio, agradável ou desagradável de acordo com os nossos padrões culturais e pessoais. Ninguém é belo por si mesmo!
De acordo com o budismo, podemos nos libertar dos condicionamentos passados se aprendermos a examinar a nossa própria mente.
Diante de uma situação aparentemente desagradável, podemos parar e analisar: esta situação é de fato desagradável? Será que preciso vivenciá-la mesmo assim? Ou será que posso relaxar um pouco e encará-la de uma outra maneira?
Um exemplo simples, porém cotidiano: estar preso no trânsito. Será que precisamos inevitavelmente sofrer? De fato, intuitivamente sabemos que não. Podemos nos proporcionar uma nova visão.
O problema é que habitualmente pensamos: Eu sou assim mesmo e nem sei como mudar". Mas, em vez de nos deixarmos levar pelo intelecto, podemos aprender a usar a nossa intuição.
Segundo a psicologia budista, todos nós possuímos uma sabedoria discriminativa inata, que sabe intuitivamente avaliar o que vale a pena ou não. Mas em geral não estamos em contato com nossa intuição, pois estamos dominados pelas idéias fixas e preconceituosas cultivadas pelo intelecto!
Para entrarmos em contato com esse potencial intuitivo de sabedoria discriminativa, precisamos aprender a relaxar a mente para observá-la com certo distanciamento.
A meditação é uma técnica extremamente útil para este propósito. Por meio dela, podemos observar nossa mente como um objeto externo a nós mesmos. Desta forma, iremos vivenciar nossos conflitos emocionais ao mesmo tempo em que poderemos observar como a nossa mente age em relação a eles. Assim, estaremos apenas observando a nossa mente, isto é, não iremos interpretar nossos pensamentos. É como escutar uma grande fofoca sem se deixar levar pelas avaliações costumeiras.
Atenção: este estado não significa estar indiferente às nossas emoções, mas sim estar atentos a elas: estamos altamente interessados em conhecê-las. Queremos honestamente aprender como funciona nossa mente diante de determinado conflito emocional.
Assim, aos poucos adquirimos um novo espaço interno, onde somos capazes de nos mover com mais flexibilidade e encontrar uma maneira de não ser dominados pelos padrões mentais habituais. Lama Yeshe acrescenta: Neste espaço interno podemos voltar a mover a nossa mente de maneira natural, livre da artificialidade criada pelos conceitos do intelecto. Por esta razão diz-se que a meditação não é criada para sustentar mais uma artimanha do intelecto, mas sim para a ação. Assim, qualquer ação pode se tornar uma meditação. Por exemplo: podemos varrer a casa pensando que estamos purificando nossas negatividades.
Na próxima vez que você sentir medo, por exemplo, lembre-se de que o medo em geral surge justamente de nossa tendência de interpretar os eventos que não precisam de interpretação. Interpretamos as coisas de antemão. Lembre-se de que o excesso de intelectualização prejudica nossa intuição. Relaxe, observe sua mente e pergunte a si mesmo: Não será que estou exagerando? É bem provável que sim. Então, simplesmente leve sua mente para a ação mais próxima, na qual você pode agir naturalmente.

domingo, 27 de junho de 2010

Carma e Dharma

Encontrei na internet um texto bem legal,, ficou mais claro pra mim.

Abraços a todos.

"Qualquer coisa que acontece no mundo externo é um reflexo de algo que criamos no mundo interno. O pensamento conduz à ação, que conduz à reação ou efeito correspondente ao pensamento. Desse modo, colhemos o que semeamos"

Muitas pessoas não se aceitam. Não aceitam o que lhes acontece. Não aceitam como os outros são. Querem ter o controle de tudo. Querem controlar a vida e as outras pessoas.

Então, elas questionam: "Mas por que isso aconteceu comigo? Eu sou tão boa. Isto é injustiça".

Assim vivem culpando os outros, querendo controlá-los, mudá-los, culpando a vida, os acontecimentos, culpando sua sorte, até Deus.

Não entendem que o único erro está em sua mente negativa, em sua própria atitude, em sua não aceitação de sua própria colheita do momento presente.

A natureza do mundo é ser como é. Tudo está de acordo com um plano divino. É da natureza de cada um se expressar de acordo com suas tendências poderosas psíquicas e mentais.

Como um filme continua a ser o que é, gostemos dele ou não, assim também nossa vida continua a ser como foi intencionada para ser. Estamos em um lugar determinado, em um tempo determinado, de acordo com nosso 'computador cármico calculado'.

Não é fatalismo, mas nunca somos vítimas das influências externas. Não existe injustiça. Colhemos o que plantamos nessa vida e em outras.
Qualquer coisa que acontece no mundo externo é um reflexo de algo que criamos no mundo interno. O pensamento conduz à ação, que conduz à reação ou efeito correspondente ao pensamento. Desse modo, colhemos o que semeamos.

"O ser humano semeia um pensamento e colhe uma ação.
Semeia um ato e colhe um hábito.
Semeia um hábito e colhe um caráter.
Semeia um caráter e colhe um destino"

Em vez de querer mudar pessoas ou circunstâncias externas, ou apenas procurar resolver nossos problemas externos, é necessário contemplar e descobrir que lições precisamos aprender, que virtudes precisamos desenvolver com cada problema. Compreender o que Deus e o universo estão querendo nos ensinar.

Fomos condicionados a pensar que as outras pessoas ou as circunstâncias externas nos afetam. Mas, primeiramente, somos afetados pela nossa atitude em relação às coisas. Depende de nós que sejamos afetados negativamente ou positivamente.

A lei cármica divina não é punição, é um aprendizado. É uma oportunidade divina para encontramos o caminho do Dharma, do dever.

Quando aprendemos a lição, quando praticamos o caminho da retidão, da verdade, da luz, nós nos sintonizamos com a lei de harmonia universal.

Ações corretas produzem bons resultados. Atos errados conduzem às más consequências. É importante compreender essa máxima: Não há felicidade ou tristeza não merecida .

Isso é difícil de entender, não é? Como não lembramos o que semeamos no passado ou em vidas passadas, não entendemos isso com facilidade. E, podemos até nos revoltar, nos sentirmos injustiçados, e pensar que Deus se esqueceu de nós.

Porém, precisamos nos libertar da raiva, da tristeza, da não-aceitação, e ter a compreensão de que tudo que acontece é para nosso aperfeiçoamento e transformação para melhor.

Nada acontece por acaso. No momento presente estamos vivenciando, pelas condições e circunstâncias da vida, o que foi criado por nós no passado.

Da mesma maneira, que se plantarmos repolho, colheremos repolho e não outra coisa, colheremos o que plantamos no passado, com nossos pensamentos, sentimentos, palavras e ações. Essa é uma lei inexorável.

Não temos controle sobre esse carma acumulado, porque tudo está de acordo com a justiça universal divina.

Essa vida é um palco estabelecido para que possamos vivenciar nosso carma na atmosfera certa. Não podemos mudar este mundo; não podemos mudar os outros. (Compreender isso nos liberta de um grande peso)

Tudo é como é. Não há nada para reformar. Tudo o que temos que fazer é mudar a nós mesmos. É agir corretamente. É obter o correto dentro de nós. O externo cuidará de si mesmo.

Mas, temos uma saída. Apesar de não podermos ficar livres das causas do carma, podemos ficar livres dos efeitos do carma, suportando-o com aceitação, com paciência, com entendimento, sem revolta.

Isto faz toda a diferença em nossa vida e em nosso interior. Em vez de ficar lamentando, sentindo-se vítima, sofrendo sem resolver nada, podemos escolher aceitar e aprender.

O Dharma (o dever) é a lei de justiça universal. É buscar o auto-aperfeiçoamento e aprimoramento interno, desenvolvendo virtudes como a tolerância, paciência, compreensão, bondade, agradecimento, caridade.

Dharma é libertar-se da raiva, do ódio, da inveja, da maldade. É não prejudicar os outros com pensamentos, palavras e ações. É ir alcançando o autodomínio sobre sua mente, seus sentidos e emoções.

É perdoar em vez de guardar ressentimentos, é ajudar sem esperar recompensa, é expandir amor como os raios do sol.

Quando compreendermos verdadeiramente que as futuras condições de nossas vidas são determinadas por nossos pensamentos, palavras e ações de hoje, viveremos cada momento com mais responsabilidade.

A Filosofia do yoga nos ensina que quando fazemos algo de bom para os outros, estamos fazendo para nós mesmos, pois fazemos parte da unidade universal. Por isso, dizemos: "Obrigado por poder ser útil a você, obrigado por poder lhe ajudar." Fique em paz! Namastê! Deus em mim saúda Deus em você!

domingo, 20 de junho de 2010

Orgulho

“O orgulho próprio é um fator determinante na caminhada para o sucesso no âmbito familiar e profissional” (A. Lisounenko)

Mas será que esse sentimento positivo de orgulho, que surge da felicidade de conquista, da alegria de uma realização pessoal é orgulho mesmo?
Orgulho (positivo) é paixão, se diz tenho orgulho de meu trabalho, ou sou apaixanado pelo meu trabalho, pode parecer diferente, mas não é, vejamos.
O orgulhoso irá se alegrar com o progresso de seu trabalho, mas só se for ele que estiver “comandando”, o apaixonado também irá se alegrar, mas só e o objeto da paixão for dele.
O orgulhoso irá defender sua obra de ataques físicos e morais com bravura, o apaixonado também é capaz de morrer pelo objeto de sua paixão.
Não há distinção clara entre paixão e orgulho (aquele tomado como positivo), então daqui para frente orgulho positivo será chamado de paixão.
Voltando ao orgulho, agora sim, o orgulho negativo, vamos ver o que pensam algumas pessoas sobre ele.

"O orgulho que almoça vaidade janta desprezo." (Benjamin Franklin)
"Quem é orgulhoso a si próprio devora." (William Shakespeare)
"O orgulho é o complemento da ignorância." (Bernard le Bovier de Fontenelle)
"O orgulho dos pequenos consiste em falar sempre de si próprios; o dos grandes em nunca falar de si." (Voltaire)
"O orgulho... é filho da ignorância." (Giuseppe Baretti)
"Agradar a si mesmo é orgulho; aos demais, vaidade." (Paul Valéry)

Note que há uma semelhança entre orgulho e vaidade, Vaidade seria o ciúmes de si mesmo, a vontade de se mostrar o mais perfeito possível para os outros, então vaidade em si é um problema que sozinho não interfere não vida da pessoa, é apenas uma ignorância sobre o que se é. Vamos falar mais sobre vaidade em outros artigos.
Então, finalmente, se orgulho não é paixão, se orgulho não é vaidade, o que é então?
Vamos lançar uma luz mais profunda sobre o assunto para que possamos dominar nosso orgulho.
Você não precisa crer no que vou expor, mas dê a si alguma reflexão sobre isso.
Orgulho é o ciúmes de si mesmo, se é ciúmes então pensamos possuir a nós mesmos, mas a alma sabe que não possui a si mesma, o corpo sabe seu destino de morte, mas o ego crê-se eterno. O ego pensa que é ele mesmo, o ego crê possuir-se, crê ser o bem mais precioso de tudo o que crê possuir.
O orgulho é então a sensação errônea do que somos. Não sei se teve facilidade para entender esse conceito, se teve parabéns, pois é muito difícil as pessoas chegarem a compreender o orgulho.

Imagine que “o você” real ou EU real está num local infinito para todos os lados, e a sua frente há outro EU real. Os dois são iguais em tudo, nada os diferencia, então vem voando um conhecimento, então você pega esse conhecimento pra você, assim você se diferencia do outro EU a sua frente, e logo o outro EU a sua frente copia o conhecimento seu e ambos se tornam melhores, porem voltam a ser iguais. Isso continua até que o seu EU real está tão cercado de outras coisas que não consegue mais se ver, e aquilo que ele tomou para si, reconhece-se como aquilo tudo, então nasce o orgulho, o seu eu falso, ou ego, cria uma cerca, para que nada saia e nada entre que ele não quiser. E assim os dois seres parecem finalmente diferentes. Por serem diferentes, o orgulho, misturado com paixão e vaidade defende seus pertences para que seja sempre mais que os outros egos, e o defende para que não deixe ninguém o diminuir.
Então o orgulho é quando a pessoa se fecha em si mesma, suas opiniões se tornam a sua verdade, se alguém disser o contrário o orgulhoso tomará como ofensa pessoal, o orgulhoso crê que suas verdades são tão boas que todas as pessoas deveriam seguir o que ela mesma acredita, o orgulhoso se isola do resto do infinito, acreditando ser grande, se faz realmente pequeno.

“O orgulhoso se isola do resto do infinito, acreditando ser grande, se faz realmente pequeno.”

Como pode então uma pessoa deixar de ser orgulhosa? Como vencer o orgulho que nos aprisiona a nós mesmos?
Conhecendo o que somos realmente, aniquilamos o orgulho, fazendo tudo o que fazemos em nome de Deus e com pensamento Nele, eliminamos as paixões, e sabendo que as pessoas sabem em seus íntimos como realmente somos, não teremos a ilusão de que uma mascará tornará nossa imagem melhor, eliminamos a vaidade.
Conhecer a si mesmo, eis a solução de tantos de nossos vícios ciumentos, mas como conhecer a si mesmo?
Para conhecer a si mesmo devemos aprender de onde vem a luz da verdade, de onde vem a vós que fala em silencio, está tudo dentro de nós, lá está o EU real, a alma una do universo, o cristo cósmico.
Meditação é uma das formas de entrar em contato com o nosso EU, esquecendo de tudo aquilo que pensamos que somos, conseguimos ser mais o que realmente somos.
A medida que derrubamos a cerca do orgulho, vamos deixando nossas bagagens se espalharem, e deixamos que outras coisas entrem e enriqueçam nossa percepção de nó mesmos, a medida que eliminamos nosso ciúmes de nós mesmos, vamos reconhecendo nossos erros, vamos entendendo nosso verdadeiro valor, sem orgulho, sem nos apegarmos ao que achávamos que éramos, nos tornamos pequenos aos olhos do mundo, e infinitos aos olhos do universo.

“Sem orgulho, sem nos apegarmos ao que achávamos que éramos, nos tornamos pequenos aos olhos do mundo, e infinitos aos olhos do universo.”

Pois infinitos e um só é o que somos, se realmente compreender essa nossa unidade, será incapaz de orgulho, incapaz de vaidade, incapaz de paixão.
Por último, vale uma observação importante, a humildade não é o contrário do orgulho, não caia nessa cilada, uma pessoa pode se mostrar humilde por puro orgulho, você sabe ai dentro de você que isso é verdade, o que chamamos de humildade é quase sempre modestidade, isso quando essa modestidade é real, pois muitos orgulhosos e vaidosos gostam de se sentir modestos.
Não devemos tentar ser modestos ou humildes, a humildade é a falta de orgulho, então se é a falta de orgulho, não temos que agir de nenhuma maneira especial, se agirmos ou estaremos sendo modestos ou orgulhosos.
Modestidade é não se vangloriar de suas conquistas para os outros, isso é bom, pois sabemos que muitas pessoas não estão prontas para lidar com a inveja (admiração com comparação), então por compaixão não devemos alimentar mais ainda esses sentimentos nas pessoas, não porque a inveja seja ruim para nós, mas é muito ruim para o invejoso.
Domine seu orgulho e verá como suas relações com as pessoas se tornaram mais suaves, como sua alegria será liberada gradualmente, como as tensões serão dsiperasas, veja alguns benefícios de eliminar seu orgulho.
Sem orgulho, você estará pronto para perder, e assim ganhar será sempre mais fácil.
Sem orgulho, tudo que é novo poderá chegar até você e sua evolução será mais rápida.
Sem orgulho, poderá ouvir mais o que as pessoas tem a dizer, trazendo mais união e paz para suas relações.
Sem orgulho, sua presença será mais agradável despertando mais amizades.
Sem orgulho, as pessoas serão mais propensas a te ajudar se precisar.
Sem orgulho, as pessoas tenderão a confiar mais em você.
Sem orgulho, não exigirá tanto de você mesmo para ser o que não é.
Sem orgulho, cada passo que der será uma realização.
Sem orgulho, a vida parecerá mais uma aventura e menos uma batalha. 
Sem orgulho, poderá fazer as coisas porque é bom fazer, só por isso.
Sem orgulho, será fácil tolerar as diferenças de opiniões.
Sem orgulho, poderá doar mais de si mesmo sem esperar nada em troca, isso o realizará como SER.
Sem orgulho, será muito menos o que achava que era e muito mais o que realmente é.
Sem orgulho, humilde.
Sem orgulho, sua xícara está vazia.
Sem orgulho, está livre.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Do livro: Você pode curar sua vida

Somos todos 100 por cento responsáveis por nossas experiências.
Cada pensamento que temos está criando nosso futuro.
O ponto do poder está sempre no momento presente.
Todos sofrem de culpa e ódio voltados contra si próprios.
A frase-chave de todos é: "Não sou bastante bom".
É apenas um pensamento e um pensamento pode ser modificado.
Ressentimento, crítica e culpa são os padrões mais prejudiciais.
A liberação do ressentimento pode remover até o câncer.
Quando realmente amamos a nós mesmos, tudo na vida funciona.
Devemos nos libertar do passado e perdoar a todos.
Devemos estar dispostos a começar a aprender a nos amar.
A auto-aprovação e a auto-aceitação no agora são a chave para mudanças positivas.
Cada uma das chamadas "doenças" em nosso corpo são criadas por nós.

Na infinidade da vida onde estou, tudo é Perfeito, pleno e completo, e, no entanto a vida está
sempre mudando.
Não existe começo nem fim, somente um constante ciclar e reciclar de substância e experiências.

A vida nunca está emperrada, estática ou rançosa, pois cada momento é sempre novo e fresco.
Eu sou uno com o poder que me criou e esse poder me deu o poder de criar minhas próprias
circunstâncias.
Regozijo-me no conhecimento de que eu tenho o poder de minha própria mente para usar de
qualquer forma que eu escolher.
Cada momento da vida é um novo ponto de começo à medida que nos afastamos do velho. Este
momento é um novo ponto de começo para mim bem aqui e agora mesmo.
Tudo está bem no meu mundo.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Parar, acalmar-se, descansar e curar-se

Existe uma história zen sobre um homem e um cavalo. O cavalo está galopando rapidamente, e parece que o homem que cavalga se dirige a algum lugar importante. Outro homem, em pé ao lado da estrada, grita: "Aonde você está indo?" e o homem a cavalo responde: "Não sei. Pergunte ao cavalo!" Esta é a nossa história. Estamos todos sobre um cavalo, não sabemos aonde vamos e não conseguimos parar. O cavalo é a força de nossos hábitos que nos puxa, e somos impotentes diante dela. Estamos sempre correndo, e isso já se tornou um hábito. Estamos acostumados a lutar o tempo todo, até mesmo durante o sono. Estamos em guerra com nós mesmos, e é fácil declarar guerra aos outros também.Precisamos aprender a arte de fazer cessar — parar nosso pensamento, a força de nossos hábitos, nossa desatenção, bem como as emoções intensas que nos regem. Quando uma emoção nos assola, ela se assemelha a uma tempestade, que leva consigo a nossa paz. Nós ligamos a TV e depois a desligamos, pegamos um livro e depois o deixamos de lado. O que podemos fazer para interromper este estado de agitação? Como podemos fazer cessar o medo, o desespero, a raiva e os desejos? É simples. Podemos fazer isso através da prática da respiração consciente, do caminhar consciente, do sorriso consciente e da contemplação profunda — para sermos capazes de compreender. Quando prestamos atenção e entramos em contato com o momento presente, os frutos que colhemos são a compreensão, a aceitação, o amor e o desejo de aliviar o sofrimento e fazer brotar a alegria.Mas a força do hábito costuma ser mais forte do que nossa vontade. Dizemos e fazemos coisas que não queremos e depois nos arrependemos. Causamos sofrimento a nós mesmos e aos outros, e de forma geral produzimos grande quantidade de destruição. Podemos ter a firme intenção de nunca mais fazer isso, mas sempre acabamos fazendo de novo. Por quê? Porque a força do hábito (vashana) acaba vencendo e nos levando de roldão.Precisamos da energia da atenção plena para perceber quando o hábito nos arrasta, e fazer cessar esse comportamento destrutivo. Com atenção plena, temos a capacidade de reconhecer a força do hábito a cada vez que ela se manifesta. "Alô força do hábito, sei que você está aí!" Nessa altura, se conseguirmos simplesmente sorrir, o hábito perderá grande parte de sua força. A atenção plena é a energia que nos permite reconhecer a força do hábito e impedi-la de nos dominar.Por outro lado, o esquecimento ou negligência é o oposto.Tomamos uma xícara de chá sem sequer perceber o que estamos fazendo. Sentamo-nos com a pessoa que amamos mas não percebemos que a pessoa está ali. Andamos sem realmente estar andando. Estamos sempre em outro lugar, pensando no passado ou no futuro. O cavalo dos nossos hábitos nos conduz, e somos prisioneiros dele. Precisamos deter este cavalo e resgatar nossa liberdade. Precisamos irradiar a luz da atenção plena em tudo o que fizermos, para que a escuridão do esquecimento desapareça. A primeira função da meditação — shamatha — é fazer parar.A segunda função da shamatha é acalmar. Quando sofremos uma emoção forte, sabemos que talvez seja perigoso agir sob sua influência, mas não temos força nem clareza suficientes para nos abstermos. Precisamos aprender a arte de respirar, de inspirar e expirar, parando tudo o que estamos fazendo e acalmando nossas emoções. Precisamos aprender a nos tornar mais estáveis e firmes, como se fôssemos um carvalho, e não nos deixar arrastar pela tempestade de um lado para outro. O Buddha ensinou uma variedade de técnicas para nos ajudar a acalmar corpo e mente, e considerar a situação presente em toda a sua profundidade. Essas técnicas podem ser resumidas em cinco estágios:
Reconhecimento: se estamos zangados, dizemos "reconheço que a raiva está dentro de mim".
Aceitação: quando estamos zangados, não negamos a raiva. Aceitamos aquilo que está presente em
Acolher: abraçamos a raiva como faz uma mãe com o filho que chora. Nossa atenção plena acolhe a emoção, e só isso já é capaz de acalmar a raiva e a nós mesmos.
Olhar em profundidade: quando nos acalmamos o suficiente, conseguimos observar profundamente para entender o que provocou a raiva, ou seja, o que está fazendo o bebê chorar.
Insight: o fruto do olhar profundo é a compreensão das causas e condições, tanto primárias quanto secundárias, que provocaram a raiva e fizeram nosso bebê chorar. Talvez ele esteja com fome. Talvez o alfinete da fralda o esteja machucando. Talvez nossa raiva tenha surgido quando um amigo nos falou em um tom ofensivo, mas de repente nos lembramos de que essa pessoa não está bem hoje porque seu pai está muito doente. Continuamos a refletir dessa forma até compreendermos a causa de nosso atual sofrimento. A compreensão nos dirá o que fazer ou não fazer para mudar a situação.
Depois de nos acalmarmos, a terceira função da shamatha é o repouso. Suponha que alguém nas margens de um rio joga uma pedra para o ar e a pedra cai no rio. A pedra afunda lentamente e chega ao fundo do rio sem esforço algum. Depois que a pedra chega ao fundo do rio, ela descansa, deixando que a água passe por ela. Quando sentamos para meditar podemos nos permitir repousar da mesma forma que essa pedra. Podemos nos deixar afundar naturalmente, na posição sentada — repousando, sem fazer esforço. Temos que aprender a arte de repousar, permitindo que nosso corpo e nossa mente descansem. Se tivermos feridas em nosso corpo e em nossa mente precisamos repousar para que elas possam por si só se curar.O ato de se acalmar produz o repouso, e o descanso é um pré-requisito para a cura. Quando os animais selvagens estão feridos, eles procuram um lugar escondido para deitar, e descansam completamente por muitos dias. Não pensam em comida nem em mais nada. Apenas descansam, e com isso obtêm a cura de que precisam. Quando nós seres humanos ficamos doentes, nos preocupamos o tempo todo. Procuramos médicos e remédios, mas não paramos. Mesmo quando vamos para a praia ou para as montanhas com a intenção de descansar, não chegamos realmente a repousar, e voltamos mais cansados do que partimos. Temos que aprender a repousar. A posição deitada não é a única posição de descanso que existe. Podemos descansar muito bem durante meditações sentados ou caminhando. A meditação não deve ser um trabalho árduo. Simplesmente permita que seu corpo e sua mente descansem, como o animal no mato. Não lute. Não há necessidade de fazer nada nem realizar nada. Eu estou escrevendo um livro, mas não estou lutando. Estou descansando. Por favor, leiam este livro de uma forma alegre e relaxante. O Buddha disse: "Meu Dharma é a prática do não-fazer."1 Pratiquem de uma forma que não seja cansativa, mas que seja capaz de proporcionar descanso ao corpo, às emoções e à consciência. Nosso corpo e mente sabem curar a si mesmos se lhes dermos uma oportunidade para isso.Parar, acalmar-se e descansar são pré-requisitos para a cura. Se não conseguirmos parar, nosso ritmo de destruição simplesmente vai prosseguir. O mundo precisa imensamente de cura. Os indivíduos, comunidades e países estão cada vez mais necessitados de cura.





Thich Nhat Hanh. The heart of the Buddha's teaching - transforming suffering into peace, joy, and liberation:the four noble truths, the noble eightfold path and other basic Buddhist teachings. Broadway Books: New York, 1999.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Foco - o leme da intuição

As vezes as coisas não parecem tão claras na vida, na minha está assim. O desespero não pode ser mais forte que a vontade, a fé, o amor. Fixar quem somos, pra fortalecer a estrutura, aumenta a força.
Bom é isso. Uma certa confusão faz bem a todos nós. Desatar nós, atar-nos.


A base sempre deve permanecer estável.


Um bambu tem o caule e as folhas que podem pender e curvar-se, até mesmo completamente, mas suas raízes estarão dando suporte para que ele não se desprenda do solo.

Na vida, nos negócios, nos relacionamentos, na família , podemos, e mesmo devemos, ser flexíveis, mas a base tem que permanecer estável.

A diferença é que na vida a base tem que ter estabilidade dinâmica, não estática, longe do sentido de ser fixa ou rígida.

Como uma bailarina em seus saltos, giros e movimentos, a alma deve dançar o jogo da vida, experimentando os movimentos mais variados e inesperados possíveis com harmonia, mas, sempre, mantendo o foco.

Com a base estável, mesmo experimentando a dinâmica das mudanças e variações nas nossas vidas, o ponto de referência será o nosso foco.

As experiências podem variar. Podemos pender, avançar, retroceder, subir, descer, cair e levantar, seguir reto ou girar, não importa: o aspecto relevante a considerar será sempre retomar o foco.

O viver com foco induz à harmonia, que naturalmente se traduz em disciplina.

Disciplina não significa rigidez ou falta de flexibilidade, mas a habilidade em manter o foco visível, independente dos fatores externos ou internos que podem estar próximos ou distantes de nós.

Quando mantidos o foco podemos aparentar para quem vê de fora, que esteja havendo dispersão, mas a nossa referência estará presente.

Uma criança brincando está muito mais concentrada do que pode aparentar. Mesmo que muita coisa esteja acontecendo a seu redor, ela permanece em seu mundo, mais “concentrada” que muitos adultos treinados na arte da concentração.

Manter o foco não significa ter os olhos, movimentos e ações rígidos e fixos numa determinada direção. Significa manter a referência e sempre voltar a ela.

Numa vida consciente saberemos como e quando agir, através do leme da intuição e da sua harmonia com a razão, que resulta em equilíbrio mental e emocional. Saberemos, também, para onde dirigir nossa visão, sempre intuindo como e quando identificar um foco.

Então, haverá uma grande disciplina aliada à harmonia, naturalidade e grandiosidade.

Ter o foco presente significa ter a visão ampla, como um pássaro que, por mais alto ou mais distante que vá, sabe que tem um ninho onde repousar. Significa estar em plena liberdade, sabendo tornar sua referência aconchegante e confortável, nunca uma gaiola que aprisiona.

Manter o foco no coração é uma escolha sábia.

A disciplina quanto mais natural se torna, mais se aproxima da harmonia.

A disciplina deve ser encarada como um instrumento do amor e nunca como uma arma do temor. Os focos da vida de cada um são distintos, e só podem ser mantidos com disciplina.

No momento atual, a mudança de foco deve estar relacionada à renovação dos conceitos fundamentais no viver e não na sua simples reorganização. Deve estar orientada na descoberta do novo e não na “camuflagem” do antigo.

Caso contrário, muito possivelmente, o foco mais elevado não se manifestará e a energia será dirigida a direções habituais, o que induzirá a focos limitados e limitantes, que é o que tem ocorrido no decorrer dos tempos. Esse é o processo a ser superado com o estabelecimento de focos com alto padrão, tanto no nível espiritual quanto no emocional e no mental.

Isso implica em acessar qualidades e potenciais que temos mas que, no momento, nem mesmo podem ser imaginados. Portanto, não se deve pensar onde chegar, mas deve-se simplesmente se sentir pronto a partir de um ponto, sem impor limites a uma caminhada que não saberemos como será e a que ou a quem nos apresentará.

A necessidade vital do momento está em saber como selecionar referências novas, de fato e, a partir daí, manter um foco. Nesta caminhada muitos focos intuitivos se apresentarão e servirão como guias a nos conduzir por caminhos que não conhecemos. Esses focos darão luz e sinalizarão por onde seguir ou alertarão em caso de caminhos que devem ser evitados.

A novidade reside não na forma, mas na essência, do que realmente valorizamos e do que desejamos. Então, o canal da razão não poderá bloquear o acesso à renovação, pois ela nasce da descoberta de novas maneiras de “enxergar” e “entender”, inclusive, as velhas idéias.

O canal para dar vida a novas linguagens, que possibilitem uma renovação real que faça desabrochar valores e potenciais que possuímos é a intuição.

A intuição é quem poderá dar acesso a conceitos mais abrangentes de valores que a humanidade hoje experimenta em nível limitado e transitório e, também, ser a chave a abrir nosso tesouro interior de qualidades e capacidades que , se usados hoje em proporção mínima, são conhecidos como “milagres”.

Quanto mais conectado à sua intuição, o ser experimentará mais momentos de lucidez ou “insights”.

O coração não tem dúvidas e ele usa a intuição como linguagem As dúvidas ganham vida, quando usamos a razão.

A essência do método de renovação no viver implica em deixar o coração expressar-se e permitir-se escutá-lo, mais e mais, até atingir novos níveis de referência.

Usar a razão para tentar entender o coração é querer que uma pessoa aprenda a nadar, por mais teoria que tenha, sem nunca entrar na água.

Acessar as raízes do amor incondicional genuíno, da paz interior, do desapego preenchido de amor, da felicidade ilimitada e deixar que essas e outras raízes preenchidas de essência dêem suporte à nossa estabilidade e alimentem a transparência no enxergar e manter focos elevados é possível com a manifestação prática da intuição.

O momento é de manter o foco no sublime, no que há de mais genuíno dentro de si. Esta é a tarefa para cada um de nós neste momento da história: confiar num novo mundo, num novo ser, no “ melhor eu” que sabemos que habita cada um de nós.

Isso requer atitudes que possibilitem ao ser experimentar linguagens novas, através do uso da intuição, e que o levem a acessar e vivenciar com o coração áreas que a razão não acessa.

Essa aprendizagem se dá com a prática, como nos saltos da bailarina, com a aprendizagem de como manter o equilíbrio, experimentando harmonia e leveza e completo equilíbrio, mesmo sem ter a segurança de estar no chão.

A prática de intuir sempre poderá ser fortalecida com a reserva de um tempo diário ao silêncio, à meditação ou práticas pessoais que deixem a pessoa em harmonia consigo mesmo.

O fluxo dos eventos que a vida apresenta não deve ser o que dá segurança e harmonia. Independente deles, focado no coração, deve-se alimentar o gosto pela harmonia e leveza na vida, mesmo sem ter o conhecimento do que virá e mesmo que, aparentemente, não sinta ter o “controle” nas suas mãos.

A mudança se dá no modo de aprender, com a intuição como parceira e parte do time de que temos à nossa disposição.

Isso conduzirá o ser a um salto que resultará em transformação pessoal e do mundo em geral numa velocidade além da imaginada.

Autor: Herbert Santos

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ideais


Um ensinamento budista, sobre ideais, apego e reflexão.


Todas as grandes religiões são baseadas em fazer o bem, em não fazer o mal. Todos os praticantes desejam uma vida que seja assim. O que, então, nossos "ideais" tem a ver com tudo isto?

Quando o homem começa a perceber que sua vida não está indo bem (o primeiro passo crucial na prática) concebe a idéia - e com freqüência encontra uma prática para atendê-la - de que deve ser diferente do que tem sido: acha que 'deve' ser mais gentil, mais generoso, mais paciente, menos irado; ou (se tiver uma prática meditativa), que deve ter uma mente tranqüila; deve agir de toda maneira apropriadamente para se tornar iluminado; talvez devesse ser mais ascético.

Então o que há de errado nisso? Não devíamos todos tentar ser essas coisas boas, lutar para alcançar esses ideais?

O que é difícil de entender é que, se fizermos isso, nós simplesmente haveremos substituído por um novo ídolo (o meu eu perfeito) o antigo ídolo (perfeição ou prazer procurados no mundo fenomênico das pessoas e das coisas). O novo homem, lutando para ser um eu ideal, é pego pelos seus desejos como sempre - e uma vida de verdadeira paz, sabedoria, compaixão o escapa. Um novo sistema de crenças substituiu o antigo; as paredes da prisão foram redecoradas, por um gosto mais refinado talvez, mas a prisão permanece.

Quase que sem exceção, todos nós estamos fazendo isto. Até mesmo o pensamento "bom, então não vou fazer isto, vou deixar de tentar ser perfeito" é ainda mais redecoração.

Então como proceder? Primeiro vejamos que não é a ação particular que está em questão - de todo jeito vamos viver uma vida generosa. É a minha consciência do que acompanha o ato de generosidade (o reconhecimento de minhas reservas em dar, ou meu ressentimento, minha ansiedade quando eu sirvo o outro ou seguro minha língua irada) que aos poucos me transforma. É a experiência de minha própria indelicadeza que pode me habilitar a ser verdadeiramente gentil, generoso.

O que significa experimentar minha própria indelicadeza? Primeiro, uma observação impessoal e sem julgamentos de meus pensamentos indelicados é necessária - sem nenhuma análise, apenas atenção pura. Segundo, devo experimentar diretamente a tensão corporal que é o espelho exato de meu pensamento separador, meu medo. Neste experimentar, neste samadhi de não-pensamento, eu sou os outros e a gentileza é a minha verdadeira natureza. Mais e mais eu vejo meus próprios pensamentos indelicados como o sonho que são (e vejo também que meus ideais são os filhos deste sonho).

Nesta prática ou zazen, nossa experiência do que nossa vida é devagar clareia, e mais e mais sua expressão natural é a gentileza e a compaixão.

Fácil? Nem um pouco. Achamos difícil de fato nos afastar de nosso falso desejo por um ideal (sempre envolvendo julgamento sobre nós e os outros) e praticar com a experiência direta de nossa vida neste exato momento. Mas em nome de nossos votos de fidelidade a toda a vida, apenas fazemos, pacientemente e com determinação.

Monja Charlotte Joko Beck
fonte: http://www.budismosimples.kit.net

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O que é terapia Cranio Sacral?

Oi!
Estou numa fase de aprendizados, e conheci essa terapia muito interessante,

Paz a todos nós.


A terapia craniossacral se caracteriza por uma atitude de suave contacto com o paciente. O terapeuta acredita que todo ser humano possui um enorme potencial de transformação e de cura, que basta ser mobilizado para agir com grande eficácia.

Esta terapia surgiu a partir das teorias da Osteopatia Craniana de Willian G. Sutherland, no início do século passado, e foi sistematizada por John Upledger, na década de 70. A base da terapia craniossacral é o acompanhamento da movimentação sutil dos ossos que formam o sistema craniossacral (crânio, coluna vertebral e sacro). Sua eficácia já foi amplamente testada, sendo reconhecida nos Estados Unidos e em diversas partes do mundo, como Inglaterra, Portugal, França, Japão e Austrália.

Mais do que uma técnica específica de tratamento, o CrânioSacro é uma forma não invasiva de abordagem do ser humano, que pode ser aplicada junto com diferentes técnicas terapêuticas.

A terapia craniossacral se caracteriza por uma atitude de suave contacto com o paciente e de acolhimento. O terapeuta aprende a receber e acolher as informações do corpo e seguí-las na direção da cura.

O CrânioSacro acessa potencial de cura do corpo através da pulsação craniossacral, que é o movimento sutil de contração e expansão provocado pela circulação do líquido cefalorraquidiano. Essa pulsação surge ainda no feto e é a última a se extinguir na morte. Ela possui função restauradora e serve como excelente medidor do equilíbrio corporal.

Mesmo que o paciente seja cético em relação ao tratamento, o corpo naturalmente se dispõe a engajar-se no processo de cura, pois a terapia craniossacral aciona a inteligência corporal.

O foco do CrânioSacro é o potencial de cura e a saúde do corpo, não a doença. Portanto, pode ser eficaz para diversos desequilíbrios. Em casos de estresse físico e mental, dores crônicas, enxaquecas, distúrbios da A.T.M. (articulação têmporo mandibular), hiperatividade, disfunções neurológicas, depressão, disfunções viscerais, desequilíbrios hormonais, hérnia de disco e outros, a terapia craniossacral provou eficácia.

fonte:. http://www.craniosacro.com.br

quarta-feira, 10 de março de 2010

A vida é como um piquenique.

As águas de março me fizeram voltar ao blog!

Trago um texto sobre budismo tibetano, que gosto muito, inclusive logo coloco mais noticias sobre as reliquias de buda que estarao novamente no Brasil esse ano.

Obrigado.


A vida é como um piquenique



A vida é como um piquenique em uma tarde de domingo -- ela não dura muito tempo. Só olhar o sol, sentir o perfume das flores ou respirar o ar puro já é uma alegria. Mas se tudo o que fazemos é ficar discutindo onde pôr a toalha, quem vai sentar em que canto, quem vai ficar com o peito ou a coxa do frango..., que desperdício! Mais cedo ou mais tarde o tempo fecha, a tarde cai e o piquenique acaba. E tudo o que fizemos foi ficar discutindo e implicando uns com os outros. Pense em tudo que se perdeu.

Você pode estar se perguntando: se tudo é impermanente, se nada dura, como pode alguém viver feliz? É verdade que não podemos, de fato, agarrar ou nos segurar às coisas, mas podemos usar esse conhecimento para olhar a vida de modo diferente, como uma oportunidade muito breve e rara. Se trouxermos à nossa vida a maturidade de saber que tudo é impermanente, vamos ver que nossas experiências serão mais ricas, nossos relacionamentos mais sinceros, e teremos maior apreciação por tudo aquilo que já desfrutamos.

Também seremos mais pacientes. Vamos compreender que, por pior que as coisas possam parecer no momento, as circunstâncias infelizes não podem durar. Teremos a sensação de que seremos capazes de suportá-las até que passem. E com maior paciência seremos mais delicados com as pessoas a nossa volta. Não é tão difícil manifestar um gesto amoroso quando nos damos conta de que talvez nunca mais estaremos com a nossa tia-avó. Por que não deixá-la feliz? Por que não dispor de tempo para ouvir todas aquelas histórias antigas?

Chegar à compreensão da impermanência e ao desejo autêntico de fazer os outros felizes nesta breve oportunidade que temos juntos, constitui o começo da verdadeira prática espiritual. É esse tipo de sinceridade que efetivamente catalisa a transformação em nossa mente e em nosso ser.

Não precisamos raspar a cabeça nem usar vestes especiais. Não precisamos sair de casa nem dormir em uma cama de pedras. A prática espiritual não requer condições austeras -- apenas um bom coração e a maturidade de compreender a impermanência. Isso nos fará progredir.

Chagdud Tulku Rinpoche, em "Portões da Prática Budista".

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Auriculoterapia

A auriculoterapia, também designada de auriculopuntura ou terapia auricular, é praticada desde há milénios pelos chineses, sendo inclusivamente uma técnica integrante da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), mas também por outras culturas antigas, em particular pelos egípcios.

Baseia-se no princípio de que os pontos auriculares estão relacionados com as várias partes do corpo. A sua estimulação vai actuar nos órgãos correspondentes, auxiliando-os a encontrar o seu normal funcionamento.

Por sua vez, a orelha é composta por tecido cartilaginoso onde circulam numerosos nervos importantes, os quais actuam como condutores, recebendo e emitindo informação sensorial importante.


Durante a história deste método terapêutico foram sendo associadas características terapêuticas às distintas regiões do pavilhão auricular, mas foi recentemente, na década de 50, que o médico francês Paul Nogier, reorganizando e catalogando os pontos, codificou a mapa de terapia auricular, no qual a orelha representa um feto de cabeça para baixo.

Existem mais de 130 pontos na orelha, os quais têm efeitos terapêuticos comprovados pelas experiências clínicas antiga e moderna, conforme ilustrado esquematicamente no mapa auricular.
 
Na atualidade, a Auriculoterapia tem alcançado uma grande popularidade na China, mas também no mundo ocidental.

Segundo a MTC, esta terapia tem provado uma grande eficácia no tratamento de diversas enfermidades, assim como também tem sido usada com sucesso como forma de acupunctura de anestesia.
Muitos acupunturistas da atualidade especializam-se neste técnica e preferem-na como método terapêutico principal, funcionando lindamente como técnica isolada. Por outro lado, uma grande maioria dos terapeutas de MTC usam a auriculoterapia em conjunto com a acupunctura comum e/ou outras técnicas associadas, reforçando-lhes os resultados.

As formas de estimular os pontos auriculares são similares aos utilizados na acupunctura tradicional, sendo a mais utilizada a aplicação de agulhas nesses pontos, após diagnóstico e escolha prévia recorrendo, designadamente, aos princípios da MTC e da medicina convencional moderna.

São utilizadas esferas ou sementes, que se aplicam nos pontos auriculares e se fixam com um pequeno adesivo na orelha, mantendo-se nesses pontos durante alguns dias.
É também usado, o estímulo dos pontos através de massagem auricular com as mãos ou aplicação de pressão nos pontos com objectos apropriados ou mesmo com uma esferográfica.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Finalizar ciclos

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final..

e insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país?

A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.

Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.

Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração..

.... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.


Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.


Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.

Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era e se transforme em quem é.

Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu própria, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..

E lembra-te :

“Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão”

(Fernando Pessoa)

Fonte: Luciana Vieira o caminho do meio.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A importância da família na evolução espiritual

No site http://www.abpr.org/artigos_item.asp?artigo_id=8 encontrei esse texto sobre família e resgate. É legal refletir.

Abraços a todos.

Karma e família

Karma é uma expressão que vem do sânscrito e significa ação. Nesse contexto, é uma ação que deve ser tomada para remover ou modificar erros do passado. Na prática, tudo que fazemos gera consequência ou karma. O que importa é se o karma será bom ou ruim. Evitar o karma é impossível, mas é possível agir para que ele seja positivo.

A família é um dos maiores karmas que temos, já que nela foram reunidas em um único grupo espiritual, almas afins, principalmente no que tange as necessidades de evolução espiritual. Cada família, ou melhor, cada grupo espiritual que se reúne em uma experiência aqui na Terra, tem um propósito comum entre seus integrantes, no entanto genericamente, para todos os casos, as famílias se formam para aflorar suas afinidades e qualidades, bem como para transmutar seus karmas, e é aí que os conflitos começam, principalmente porque não estamos acostumados a enxergar a família como o celeiro da reforma íntima na Terra.
Há uma percepção por parte do ser humano espiritualizado que diz que a Terra é uma escola, porque aqui nos são oferecidas todas as condições necessárias para que possamos evoluir. Experiências e situações transformadoras que tem o papel de educar e domar nossos instintos inferiores e estimular a angelitude de nossas almas, através do desenvolvimento do amor. Para compreendermos bem a importância da família no cenário da missão evolutiva que cada alma encarnada tem nesse planeta, entenda que se a Terra é uma escola então a família é a sala de aula.
“ A família é a união de espíritos reunidos por laços kármicos e de afinidade”.

A família é o cenário perfeito no qual somos inseridos, porque proporciona inúmeras possibilidades de resgates (transmutação do karma ruim) de uma só vez. Na família se reencontram desafetos de outras vidas, vilões e suas vítimas, assassinos e assassinados, assaltantes e assaltados e tantas outros relações mal resolvidas do passado que são rearranjadas na estrutura da família.

Quanto mais próximos estamos de uma ou mais pessoas, quanto mais perto é esse convívio, podemos notar duas situações mais específicas:
1-Grande afinidade; quando a relação é harmônica, feliz, suave, tranqüila e principalmente sem cobranças de comportamento entre as pessoas.
2-Grande karma ou necessidade de resgate; quando a relação é conflitante, conturbada, as emoções positivas oscilam muito com as negativas, o clima é intenso, há grande cobrança de comportamento entre os integrantes do grupo.

Grau de parentesco

Porque nascemos filho, irmão, pai, neto, esposo, esposa, sobrinho, cunhado, primo, sogro, sogra, genro, nora, tio ou tia daquela pessoa específica?

O que determina o grau de parentesco na vida atual?

O que faz com que certa pessoa tenha esse ou aquele grau de parentesco em relação a você?

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São as necessidades de resgates que determinam o grau de parentesco. Como citado anteriormente, a família é a união de espíritos reunidos com o propósito de aflorar as afinidades, bem como eliminar desarmonia e curar os desafetos nas relações. Vale a pena evidenciar que a sabedoria divina é tão bondosa, que não só reúne espíritos conflitantes em um grupo espiritual chamado aqui na Terra de família, há também a aproximação de espíritos afinizados por sentimentos positivos.

Acreditamos, que se só houvesse almas conflitantes em uma família, a reforma íntima e a harmonização entre os espíritos conflitantes seria muito dificultada. Assim sendo, Deus, em sua infinita demonstração de amor, proporciona que tenhamos estreito contato com as almas de maior sintonia também, favorecendo ao afloramento do sentimento de amor, respeito, entre tantos outros.

Olhe para sua família, faça uma análise criteriosa... Perceba que você não demorará muito para perceber que alguns integrantes são pessoas que recebem seu maior afeto, já outras seu desafeto ou no mínimo a sua indiferença.

Não caia nessa armadilha, já que nessas pessoas identificamos nossas maiores necessidades de resgate ou transmutação do karma. Contudo, o que determina o grau de parentesco, de forma que você possa identificar na prática, é o que esse grau de parentesco pode proporcionar como ferramenta pedagógica para a evolução da alma humana.
É comum haver como proposta de evolução na relação de uma mãe para um filho, a necessidade de amar incondicionalmente, a necessidade do desenvolvimento da paciência, da dedicação de tempo, auto renúncia, entre tantos sentimentos envolvidos que só quem é mãe para saber.

A relação de sogra e genro, por exemplo, tem como característica típica o afloramento do ciúmes, da posse, do apego, por isso é tão comum haver conflitos entre sogra e genro.

Em todos os casos, inúmeras situações mostram no mundo todo, que famílias podem se harmonizar, com grande naturalidade, desde que, em primeiro lugar estejam dispostas a aprender a amar, e principalmente a dizimar as cobranças baseadas nos sentimentos negativos. Essas cobranças de comportamento são as grandes causadoras de conflitos entre as famílias e as principais responsáveis pelo aprisionamento que as almas tem umas com as outras, mostradas por sucessivas encarnações que não conseguem produzir a transmutação do karma das relações, o que criam na maioria das vezes é o aumento desses conflitos, gerando um emaranhado de karmas nas relações ao longo das encarnações.

Quando o grau de parentesco fica mais distante, em que não há necessidade de convívio diário ou constante, manifesta menor atração kármica entre as almas, ou seja, menor necessidade de resgate.

Por que não lembramos dos nossos desafetos de outras vidas?

Graças à lei do esquecimento. A ação do plano espiritual faz com que tenhamos condições de retornar para uma nova chance, uma nova reencarnação, para reparar erros e aumentar acertos, contudo precisamos ter um sentimento de neutralidade que ainda não estamos prontos para ter. Dessa forma, nos é apagado do consciente, as memórias das experiências de vidas passadas, para que possamos aceitar a vida vigente na Terra, ao lado dos desafetos do passado sem que haja recusa. Na condição consciencial atual da humanidade, ainda não estamos prontos para reencarnar com total consciência dos acontecimentos do passado, sem deixar que essa memória nos atrapalhe o livre arbítrio.

As mudanças em nossas vidas que indicam transformação no karma familiar

Muitas vezes durante uma vida, nota-se certas mudanças que hora aproximam, hora distanciam as relações. Essas situações podem lhe mostrar o afloramento das necessidades de harmonização das relações, bem como podem lhe dar indícios de que essa harmonização já está ocorrendo.

São notadas através das mais diversas mudanças, por exemplo:

Alguma situação acontece e lhe força a ir morar com o seu genro, ou com a sua sogra, o que fará com que as relações sejam mais próximas. Isso provavelmente indica a necessidade de curar conflitos de relação para a transmutação do karma ruim.

Outros exemplos:

Você tem mais de trinta anos, é solteiro ou solteira, por isso mora com os pais, o que faz que viva uma vida de acordo com as vontades deles. Não que isso seja bom ou ruim, no entanto, na maioria dos casos, as forças que mantém as pessoas magneticamente próximas, na maioria dos casos, indica necessidade de resgate kármico. Mas se uma novidade aconteceu, você recebeu uma proposta de trabalhar em outra cidade, longe da sua e decidiu ir morar sozinha(o), tudo indica as relações estão se harmonizando.

É importante salientar, que sempre que essas mudanças acontecem de forma forçada, sem harmonia, com grande carga de tensão emocional, indica em casos gerais, aumento do karma, por isso não se iluda, quando as mudanças acontecem baseadas na necessidade de fugir de uma relação, o karma ruim está aumentando.

Alguns tipos de famílias

Antes de começar a comentar sobre esse assunto, procure perceber que tipo de família é a sua, quantos irmãos você tem, quantos tios, tias, primos, etc.

Tudo que ocorre na nossa família pode significar muita coisa. Seus pais são separados?
Você é filha do primeiro casamento?
Você não conhece seu pai?
É filho adotivo?
Não tem filhos?
Não conheceu seus avós?
Não mora com seus pais?
Por que sua família é das do tipo italiana, em que todos falam junto, muitos parentes, muita exaltação e sentimentos a flor da pele?
Por que você necessita dessa família como instrumento de sua evolução? Para curar a falta paciência, o stress, a tensão emocional?
Por que sua família é do tipo alemã, com pessoas mais introvertidas, com tendência a serem mais reprimidas?
Por que você necessita dessa família como instrumento de sua evolução? Para curar a baixa estima, a dificuldade de falar e se expressar, a rigidez emocional?
Por que você é um filho único?
Por que você necessita dessa família como instrumento de sua evolução? Para curar o egoísmo, o autoritarismo, a carência?
Por que você é o irmão mais velho entre nove?
Por que você necessita dessa família como instrumento de sua evolução? Para curar a carência, o abandono, a autorenúncia?
Por que nasceu em uma família rica?
Por que nasceu em uma família pobre?
Pense um pouco sobre isso, reflita

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Não se entristeça, não se vitimize, nada, absolutamente nada está errado. A vida não nos dá muitas vezes o que achamos melhor ou o que desejamos, mas sempre nos oferece o que necessitamos para evoluir. Reclamar, lamentar, se vitimizar por conta da sua estrutura familiar é um grande erro que mostra que você ainda não sabe absolutamente nada sobre a importância da família na evolução espiritual.

Não estamos aqui cobrando que seu comportamento seja ou paciente, ou sério, ou sorridente, ou mais severo ou qualquer que seja... Estamos apenas recomendando que desperte para o entendimento da importância da família na sua evolução espiritual, pois se você falhar nessa compreensão, as consequências negativas poderão adentrar aos futuros séculos da nossa existência.

por Bruno J. Gimenes